4 Mitos Sobre Hipnose no Tratamento de Traumas

A hipnose é conhecida como um tratamento auxiliar em certos quadros psiquiátricos e, em diversos casos, a hipnose para tratar traumas é muito utilizada. Os métodos terapêuticos podem ter maior sucesso com seu auxílio, mas, no entanto, existem muitas lendas e dúvidas sobre a hipnose. Confira abaixo alguns dos mitos envolvendo o processo hipnótico.

1 – A hipnose ocorre pelo poder do hipnotizador que controla o desejo do paciente:

Para que a hipnose no tratamento de traumas seja bem sucedida, é necessário que o hipnotizador possua concentração e conhecimentos suficientes para guiar a sessão, mas, no entanto, é necessário que o paciente manifeste sua vontade de entrar no estado hipnótico. A relação deve ser mútua e consensual, realizando uma interação confiável entre ambos. Hipnotizar uma pessoa à força não funciona. Por exemplo: uma vez dentro da hipnose, apesar de vulnerável, o paciente não se torna controlável pelo hipnotizador que orienta a sessão. O hipnotizado não realiza atos que não faria quando consciente, realizando somente ordens que considera inofensivas, normais ou rotineiras.

2 – O hipnotizado fica inconsciente e pode inclusive ficar preso no transe:

Estas duas suposições são equivocadas. Primeiramente, a pessoa que se encontra hipnotizada não se torna inteiramente inconsciente. O hipnotizado costuma manter sua consciência normal, o que ocorre é a focalização de sua atenção e/ou percepção às pautas orientadas pelo hipnotizador.

A amnésia somente acontece em estados de transe profundo, que depende das técnicas empregadas e do nível de ansiedade do paciente. Além disso, é impossível ficar preso dentro da hipnose, uma vez que o recurso hipnótico apenas relaxa a consciência e fisiologia, induzindo a pessoa a um estado anterior ao sono.

Se por algum motivo a hipnose não for encerrada ou o paciente for levado ao transe profundo, o seu corpo naturalmente entrará no sono fisiológico após algum tempo. O tempo até o indivíduo despertar irá variar de acordo com a duração do seu sono normal.

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3 – Hipnose pode ser considerada uma terapia:

A hipnose é de fato um recurso que busca aliviar problemas (físicos e psicológicos) e por si só já facilita a cura de diversos traumas. No entanto, a hipnose para tratar traumas deve ser encarada como um artifício complementar, sendo utilizado para auxiliar no tratamento terapêutico.

Como ferramenta e instrumento de indução ao relaxamento, a hipnose pode ser uma grande aliada no tratamento de controle de impulsos e distúrbios de condutas, como anorexia, bulimia e obesidade; comportamento sexual exacerbado; e vício em jogos de azar.

Casos de dependência química, tais como alcoolismo, tabagismo e narcóticos pesados, também podem ser auxiliados pela hipnose para tratar estes traumas.

4 – Qualquer pessoa pode ser hipnotizada e revelar seus segredos:

A sensibilidade à hipnose é grande, mas não é geral. Cerca de 90% das pessoas podem ser induzidas ao estado hipnótico, apesar de algumas não serem capazes de atingir níveis profundos do sono hipnótico.

E como a hipnose depende do estímulo da palavra do hipnotizador, apenas indivíduos que apresentam surdez ou incapacidade de compreender comunicação verbal são resistentes à hipnose.

E os que são hipnotizados não se tornam completamente vulneráveis e inconscientes, portanto revelam somente o que desejam e o que seu livre arbítrio permite.

O paciente pode adentrar à hiperamnésia, resgatando memórias profundas e esquecidas e se aproveitando da hipnose para tratar traumas, mas só irá compartilhar o que considerar seguro e relevante.

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Maria Cristina Munhoz (CRP 6/87504)

Psicóloga e Terapeuta

Paulistana, reside em Bauru, interior de SP, onde possui seu consultório. Estudou Psicologia na Universidade Camillo Castelo Branco, em São Paulo. Especializou-se em Terapia Regressiva de Memória pela SBTVP (Sociedade Brasileira de Terapia de Vidas Passadas), Hipnose pela S.B.H.H (Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria) e Sandplay. Atualmente, atua nas áreas de Psicologia Clínica, Terapia Regressiva de Memória (TVP), Hipnose e Sandplay.

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